Iara do Carmo Callegaro
Diretor: Dr. José Luiz Luzón Benedicto
Desarrollo Social y Regional
Doutorado em Planificacion Territorial y Gestión Ambiental
Departament de Geografia Física i Anàlisi Geogràfica Regional
Facultat de Geografia i Història - UB

Parceria Universidade de Barcelona e Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.

20/10/2008.

Estrutura Agrária e Desenvolvimento Sustentável na Microrregião de Itapetinga


1. Título: Estrutura Agrária e Desenvolvimento Sustentável na Microrregião de Itapetinga.

2. Motivação Pessoal: Expresso na Introdução: “Porque Abordar Estrutura Agrária e Desenvolvimento Sustentável”.

3. Problema: A Estrutura Agrária fundamentada nos grandes estabelecimentos agropecuários produz uma face perversa nas economias locais e regionais, expressa pelos baixos índices sociais e culturais da população que fica à margem do poder econômico, nestas regiões.

4. Hipótese: A concentração fundiária está diretamente correlacionada com os baixos índices de desenvolvimento econômico e social dos municípios que compõe a microrregião de Itapetinga.

5. Objetivos
5.1. Objetivo Geral: Partindo do conceito de Desenvolvimento Sustentável, buscar correlacionar se a Estrutura Agrária tem implicações sobre o desenvolvimento social das cidades que compões a microrregião de Itapetinga.

5.2. Objetivos específicos:
- Levantar a estrutura fundiária dos municípios que compõe esta microrregião e a produção agropecuária dos referidos municípios.
- Levantar e analisar os índices sociais dos municípios da microrregião, correlacionando com os mesmos à nível de Estado, de forma à avaliar se há implicações da estrutura agrária da microrregião sobre o desenvolvimento social.
- Avaliar se a Estrutura Fundiária apresenta implicações sobre a produção agrícola na microrregião.
- Levantar o tipo de culturas agrícolas cultivadas e a relação destas com a segurança alimentar nos municípios.

6. Desenvolvimento do Trabalho
6.1. Porque abordar estrutura agrária e desenvolvimento social ou acerca da Motivação Pessoal.
6.2.Fluxograma: Algumas Implicações da Estrutura Agrária sobre o Desenvolvimento Sustentável.
6.3. Caracterização da Microrregião de Itapetinga.
6.4. Estrutura Agrária e Desenvolvimento Sustentável.
6.4.1. Considerações sobre Desenvolvimento Sustentável.
6.4.2. Grandes Propriedades: Faltaria a racionalidade ambiental, econômica e equidade social?
6.4.3 Agricultura Familiar/Agricultura Camponesa: Da Complexidade Conceitual a Importância Social.
6.4.3.1 A Face da Agricultura Familiar no Brasil e na Bahia.
6.5Caracterização da Estrutura Agrária no Sudoeste da Bahia.
6.6 A Microrregião de Itapetinga.
6.6.1 Informalidade: uma face da exclusão
6.6.2 Como Falar em Desenvolvimento Diante da Exclusão Social
6.6.3 De onde nasceu a expressão “trabalha o feio para o bonito comer”? ou Existe Desigualdade Social nos Municípios da Microrregião de Itapetinga?
6.6.4 Acerca de uma definição de pobreza
7. Considerações Finais

8. Referências Bibliográficas

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Quem sou eu

Acredito que o traço mais marcante no meu perfil, são as raízes familiares camponesas e carregar princípios desta identidade. Por isso, sinto grande dificuldade em conviver com a falta de princípios éticos, com o individualismo, a arrogância e o uso privado dos conhecimentos e recursos coletivos. A família camponesa mantém a solidariedade tão necessária aos grupos menos favorecidos economicamente, assim, partilha seus produtos, à exemplo da troca de sementes, conhecimentos, e, da ajuda mútua nos trabalhos necessários.

Mas, estaria sendo hipócrita, se não admitisse que percebo mudanças em mim, as quais fogem à lógica camponesa. Isto por que, no grupo de convívio, muito influenciado pela sociedade de consumo e de “capitalização de saberes e produções”, se passarmos algumas sementes, tal como o camponês, elas poderão ser patenteadas antes mesmo de serem semeadas.

Partilho com você, que visita este espaço, a resposta de Seu Vicente Barcelos, agricultor simples, sem a leitura escrita, mas de expressiva sabedoria. Quando ainda jovem, sabendo de sua sabedoria, perguntei-lhe, em que acreditava? Ele olhou com atenção, humildade, um sorriso calmo no rosto, a cabeça erguida e muita convicção, respondeu:

“Eu sou da lei católica da verdade.

Mentira, não
.

Inconsciência, não
.

Ser, sem
parecer.

E amar ao próximo como a mim mesmo”.

(Vicente de Barcelos, agricultor, no RS, Brasil, faleceu com 101 anos).

Ele plantou um grande bosque de árvores nativas ao redor de sua casa, que atualmente é cercada pela monocultura da soja. Criou, com simplicidade e dignidade, sua família. Uma pessoa de valor, sem trabalhos publicados, currículo na Internet ou conta no banco. Um cidadão brasileiro como milhares de homens, mulheres e crianças, que reproduzem suas vidas através do trabalho minimamente remunerado, mas por ser agricultor, Seu Vicente de Barcelos, não viajou na 2ª ou 3ª classe, como grande parte dos brasileiros.

Diante de tamanha humanidade, o que posso definir como “meu perfil”?